quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mais sobre a cistite

O que se sente e como se manifesta?

Os pacientes com cistite queixam-se de aumento da freqüência das micções (polaciúria), de urgência miccional (micção imperiosa), dor na bexiga (cistalgia), de ardência e dificuldade para urinar (disúria).
A urina pode apresentar odor característico como também sangue. Desconforto geral, dores lombares baixas, irritação, podem acompanhar o quadro. Febre geralmente não acompanha as cistites no adulto.
A hipertermia (febre) leve ou moderada pode estar presente nas crianças. Há situações em que o paciente tem germes na urina sem sintoma algum. É o que se chama de bacteriúria (bactérias na urina) assintomática.
Nos outros tipos de cistite, não infecciosas, a sintomatologia é a mesma com a única diferença: a inexistência de germes nos exames de urina. Não há uma sintomatologia que diferencie uma cistite infecciosa de uma não infecciosa.

Como se faz o diagnóstico?

A história do paciente é importante na localização do órgão envolvido. O exame qualitativo de urina nos dá idéia da quantidade de leucócitos, hemácias e densidade. Entretanto, o exame mais importante é a urocultura com antibiograma.

Esse exame é o único que fará o diagnóstico entre uma cistite infecciosa e uma não infecciosa. Ele identifica a bactéria e através do antibiograma orienta na escolha do antibiótico mais apropriado ao tratamento. Se a urocultura apontar ausência de germes, o diagnóstico de cistite não infecciosa é o mais provável.
Existem situações que mimetizam uma cistite como é o caso do carcinoma "in situ" da bexiga e o diagnóstico é feito através de biópsias da mucosa vesical.

Cálculos de extremidades de ureter podem dar sintomas semelhantes à cistite. Doenças neurológicas que afetam a bexiga são outro exemplo.
Uma vez diagnosticado uma cistite infecciosa, deve-se procurar a sua causa. Exames de imagem (radiografias do aparelho urinário, ecografias) e cistoscopia devem ser solicitados conforme o caso. A abordagem diagnóstica varia conforme a idade e o sexo do paciente. O mesmo vale para as cistites não infecciosas.

Como se trata?

As cistites infecciosas são tratadas com antibióticos de acordo com o resultado da urocultura. Se uma causa for encontrada, essa deverá ser eliminada (por exemplo, um cálculo renal).
As cistites não infecciosas são mais complexas no que tange ao seu tratamento. Analgésicos, anti-inflamatórios, miorelaxantes, anti-espasmódicos, anestésicos locais são recursos muito utilizados.
Medidas gerais também funcionam como calor local, alcalinizantes da urina, chás. Em situações extremas, como na cistite intersticial avançada, a bexiga é removida do paciente.

Qual é o prognóstico?

Felizmente, as cistites infecciosas apresentam bom prognóstico. O problema é a sua repetição principalmente em mulheres, onde na maioria das vezes não se encontra uma causa evidente.
Em muitos casos, o médico necessita fazer uso prolongado de antibióticos em doses pequenas e diárias para evitar a repetição.
A cistite intersticial é um desafio para o urologista, pois sua causa é desconhecida, logo o tratamento fica prejudicado. Cada ano surgem novas drogas sem, entretanto, haver um benefício significativo para os pacientes.
As cistites rádicas são menos freqüentes do que anos atrás, visto a modernidade dos aparelhos de radioterapia

Nenhum comentário:

Postar um comentário